Durante o século IX, os nórdicos ou dinamarqueses, cada vez com maior frequência, assolavam as costas da Inglaterra, até que, lá pela metade do século, “os pagãos começaram a hibernar em nosso país”. Nessa época, no dia de Natal de 855, a nobreza e o clero de Norfolk, reunidos em Attleborough, proclamaram Edmundo o seu rei, um jovem de catorze anos, o qual, no ano seguinte, foi reconhecido também pelos habitantes de Suffolk. Segundo consta, ele era talentoso e foi bem-sucedido, tanto como governante e ao mesmo tempo como homem virtuoso, aprendeu de cor todo o saltério, a fim de poder acompanhar o culto na igreja e imitar as boas ações do Rei Davi. Conforme escreveu o beneditino Lydgate, no século XV, ele, “em seu reino, era muito religioso e bondoso, cheio de alegria celestial, previdente no aconselhar, e mostrava muitos sinais de graça e de bem-aventurança … “.
Em seguida, houve a maior invasão dinamarquesa, como acontecera. Conforme atesta a Anglo-Saxon Chronicle: “no ano de 866, um grande exército (de dinamarqueses) invadiu o país dos anglos e estabeleceu o seu acampamento de inverno entre os anglos orientais, e lá eles arranjaram para si muitos cavalos. E os anglos orientais fizeram com eles um pacto de paz”. Em seguida, os invasores atravessaram o rio Humber e conquistaram York, e marchando para o sul, invadiram a Mércia e chegaram até Nottingham, pilhando e incendiando tudo em sua passagem e escravizando os seus habitantes. Em 870, as hostes inimigas atravessaram a Mércía e invadiram a Ânglia Oriental, e estabeleceram o seu acampamento de inverno em Thetford. “E naquele inverno, Edmundo lutou contra eles, e os dinamarqueses alcançaram a vitória e assassinaram o rei, subjugando todo o país e destruindo todos os mosteiros que encontravam à sua frente”.
O corpo do rei foi enterrado em Hoxne, e pelo ano de 903, foi trasladado para Beodricsworth, cidade atualmente conhecida como Bury St. Edmund’s (isto é, aldeia de S. Edmundo). Em 1010, durante as invasões dos dinamarqueses ele foi trasladado para a igreja do S. Gregório, perto da catedral de S. Paulo, em Londres, e três anos mais tarde, foi trazido de volta a Bury. Durante o reinado de Canuto, foi fundada a célebre abadia beneditina de S. Edmundsbury, e o corpo de S. Edmundo passou a ser a principal relíquia da igreja abacial.
A devoção a S. Edmundo o Mártir a princípio estava muito difundida e era muito popular na Inglaterra, inúmeras igrejas eram dedicadas em sua honra, e no século XIII e em período mais recente ainda, sua festa era dia santo de guarda. Atualmente, celebra-se a sua festa nas dioceses de Westminster e de Northampton, bem como entre os beneditinos ingleses.
A Igreja celebra também neste dia os santos: Ambrósio de Camaldoli e Otávio