Virgem da Terceira Ordem (1618-1645). Canonizada pelo Papa Pio XII no dia 9 de julho de 1950.
Mariana de Jesus de Paredes e Flores é a primeira santa da república do Equador e foi proclamada heroína nacional. Nasceu em Quito a 31 de outubro de 1618, oitava e última dos filhos do capitão espanhol Jerônimo Flores de Paredes, nascido em Toledo e de Mariana Granobles Jaramillo. Cedo órfã de pai aos quatro anos e de mãe aos seis, foi educada por sua irmã maior, Jerônima, casada com o capitão Cosme de Casa Miranda.
Inclinada desde sua infância aos exercícios de piedade e de mortificação, fez a primeira comunhão aos sete anos, e fez o voto de virgindade tomando o nome de Mariana de Jesus. Fez os exercícios espirituais, e como Santa Teresa, quis fugir de sua casa com uma prima para ir a evangelizar os Índios Mainas.
Esta iniciativa não teve êxito como tampouco a de retirar-se a uma capela aos pés do vulcão Pichincha, para implorar a Virgem a proteção contra os perigos do vulcão. Sua família não a autorizou para entrar entre as irmãs Franciscanas; então ela decidiu ingressar na Terceira Ordem de São Francisco e se retirou para uma alcova de sua própria casa, se vestiu com um Saial marrom e começou uma vida de completo recolhimento, de largas orações e de duras penitências. Estas austeridades não mudaram seu caráter alegre: tocava o violão, consolava aos tristes, reconciliava a negros e índios e fazia até milagres.
Mas sua saúde se ressentiu com as penitências as quais se ajuntaram dolorosas sangrias da parte dos médicos. Com os terremotos e as epidemias que tiveram lugar em Quito em 1645, Marianita, como a chamavam seus contemporâneos, ofereceu sua vida por seus concidadãos. Em sua reclusão foi atacada por febre altíssima e fortes dores. Ao mesmo tempo que progredia a enfermidade da Santa, ia diminuindo a peste na cidade e o terremoto havia cessado no momento de seu heroico oferecimento. Nos últimos três dias perdeu a voz e só no último dia aceitou que a colocassem num leito.
Fazia tempo que havia expressado a seus familiares o desejo de que depois de morta a vestissem com o hábito franciscano que sempre teve em sua cela, enquanto por muitos anos levava o escapulário e o cordão da Terceira Ordem Franciscana, recebidos dos Frades Menores, por conselho de seu confessor. Predisse o dia e hora de sua morte, que teve lugar às 22 horas do dia 26 de maio de 1645. Tinha 26 anos, 6 meses e 26 dias de idade. Sua morte foi chorada por toda a cidade. Nos lábios de todos estava esta expressão: “Morreu a Santa”. Seus funerais foram um triunfo, uma explosão de agradecimento e de profunda veneração pela admirável concidadã, pela generosa vítima e sua salvadora.
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