Naquele tempo, disse Jesus:
“Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas!
Vós sois como sepulcros caiados:
por fora parecem belos,
mas por dentro estão cheios de ossos de mortos
e de toda podridão!
Assim também vós:
por fora, pareceis justos diante dos outros,
mas por dentro
estais cheios de hipocrisia e injustiça.
Aí de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas!
Vós construís sepulcros para os profetas
e enfeitais os túmulos dos justos,
e dizeis:
‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais,
não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’.
Com isso, confessais que sois filhos
daqueles que mataram os profetas.
Completai, pois, a medida de vossos pais!”
Sois sepulcros caiados: um bom elogio. De fato, são bonitos fora, todos perfeitos… perfeitinhos… mas dentro cheios de podridão, isto é, de avidez e maldade. E Jesus, sabendo distinguir bem as aparências da realidade interior, desmascara estes senhores que são os “doutores das aparências”: sempre perfeitos, sempre. Mas o que têm dentro? (…) Prestai atenção diante dos rígidos. Estai atentos diante dos cristãos — quer sejam leigos, sacerdotes, bispos — que se apresentam tão “perfeitos”, rígidos. Estai atentos. Nessas pessoas, o Espírito de Deus não existe. Falta o espírito da liberdade. É preciso também estarmos atentos a nós mesmos, porque isto nos deve levar a pensar na nossa vida: procuro só ver as aparências e não mudo o meu coração? Não abro o meu coração à oração, à liberdade da oração, à liberdade da esmola, à liberdade das obras de misericórdia? (Homilia na Capela da Casa Santa Marta, 16 de outubro de 2018)