Depois que os magos partiram,
o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José
e lhe disse:
“Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito!
Fica lá até que eu te avise!
Porque Herodes vai procurar o menino
para matá-lo”.
José levantou-se de noite,
pegou o menino e sua mãe,
e partiu para o Egito.
Ali ficou até à morte de Herodes,
para se cumprir
o que o Senhor havia dito pelo profeta:
“Do Egito chamei o meu Filho”.
Quando Herodes percebeu
que os magos o haviam enganado,
ficou muito furioso.
Mandou matar todos os meninos de Belém
e de todo o território vizinho,
de dois anos para baixo,
exatamente conforme o tempo indicado pelos magos.
Então se cumpriu
o que foi dito pelo profeta Jeremias:
“Ouviu-se um grito em Ramá,
choro e grande lamento:
é Raquel que chora seus filhos,
e não quer ser consolada,
porque eles não existem mais”.
«Ouve-se em Ramá uma voz / lamentações e amargos soluços. / É Raquel que chora os filhos, / recusando ser consolada / porque já não existem» (Jr 31, 15). […] Este texto de Jeremias é retomado depois pelo evangelista Mateus e aplicado ao massacre dos inocentes (cf. 2, 16-18). Um texto que nos põe diante da tragédia do assassinato de seres humanos indefesos, do horror do poder que despreza e suprime a vida. As crianças de Belém morreram por causa de Jesus. E Ele, por sua vez, Cordeiro inocente, viria a morrer por todos nós. O Filho de Deus entrou na dor dos homens. Não podemos esquecer isto. Quando alguém vem ter comigo e me dirige perguntas difíceis, por exemplo: «Diga-me, Padre, porque sofrem as crianças?», deveras eu não sei o que responder. E digo apenas: “Olha o Crucificado: Deus ofereceu-nos o seu Filho. Ele sofreu e talvez ali encontres uma resposta”. Mas não existem respostas aqui [indica a cabeça]. Somente olhando para o amor de Deus que dá o seu Filho, que oferece a sua vida por nós, poderá indicar algum caminho de consolação. E por isto dizemos que o Filho de Deus entrou na dor dos homens; compartilhou e aceitou a morte; a sua Palavra é definitivamente verbo de consolação, porque nasce do pranto. (Audiência Geral de 4 de janeiro de 2017)
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