Naquele tempo,
Jesus tinha entrado em Jericó
e estava atravessando a cidade.
Havia ali um homem chamado Zaqueu,
que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico.
Zaqueu procurava ver quem era Jesus,
mas não conseguia, por causa da multidão,
pois era muito baixo.
Então ele correu à frente
e subiu numa figueira para ver Jesus,
que devia passar por ali.
Quando Jesus chegou ao lugar,
olhou para cima e disse:
“Zaqueu, desce depressa!
Hoje eu devo ficar na tua casa”.
Ele desceu depressa,
e recebeu Jesus com alegria.
Ao ver isso, todos começaram a murmurar,
dizendo:
“Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!”
Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor:
“Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres,
e se defraudei
alguém, vou devolver quatro vezes mais”.
Jesus lhe disse:
“Hoje a salvação entrou nesta casa,
porque também este homem é um filho de Abraão.
Com efeito, o Filho do Homem
veio procurar e salvar o que estava perdido”.
Irmãos, irmãs, lembremo-nos disto: o olhar de Deus nunca pára no nosso passado cheio de erros, mas olha com infinita confiança para aquilo em que nos podemos tornar. E se por vezes nos sentimos pessoas de baixa estatura, não à altura dos desafios da vida e muito menos do Evangelho, mergulhados em problemas e pecados, Jesus olha para nós sempre com amor; como com Zaqueu, ele vem até nós, chama-nos pelo nome e, se o acolhermos, vem até à nossa casa. Então podemos perguntar-nos: como nos vemos a nós mesmos? Sentimo-nos inadequados e resignados, ou precisamente nesse momento, quando nos sentimos tristes, procuramos o encontro com Jesus? E depois: que olhar temos para aqueles que erraram e estão a lutar para se erguerem do pó dos seus erros? É um olhar do alto, que julga, despreza e exclui? Recordemos que é admissível olhar para uma pessoa do alto para baixo apenas para a ajudar a erguer-se: nada mais. Só neste caso é permitido olhar de cima para baixo. Mas nós cristãos devemos ter o olhar de Cristo, que abraça de baixo, que procura quem está perdido, com compaixão. Este é, e deve ser, o olhar da Igreja, sempre, o olhar de Cristo, e não o olhar condenador. Oremos a Maria, cuja humildade o Senhor contemplou, e peçamos-lhe o dom de um novo olhar sobre nós e sobre os outros. (Angelus de 30 de outubro de 2022)
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