O mártir Frei Antônio de São Francisco era japonês de nascimento e de nacionalidade. Era catequista de Padre Francisco de Santa Maria e terceiro franciscano. Desenvolveu incessantes obras de caridade entre cristãos e pagãos de Nagasaki: os visitava e assistia ao Pai Francisco em seu ministério apostólico.
Ele não estava presente quando foi preso o missionário na casa do Beato Gaspar Vaz, mas alertado, correu para onde estava o governador, gritando: “Você tem uma multidão de espiões e carrascos. Significativas são as recompensas prometidas aos informantes. Pois bem, aqui, diante de ti, tem um delator que está denunciando um adorador de Cristo. Esse adorador sou eu, que há muitos anos incansavelmente apoia os fiéis e converte os pagãos, muitos dos quais foram levados à fé. Eu quero que você me dê a recompensa por minha traição; quero ser associado com o meu querido padre e mestre e meu queridos confrades na prisão, no sofrimento e na morte.
Antônio foi ouvido de imediato, e na prisão viu realizado outro desejo seu, ao ser recebido na Ordem dos Frades Menores. Com alegria fervorosa foi admitido ao noviciado, etapa religiosa que foi cumprida fazendo a profissão nas mãos de seu “pai e mestre de noviços”, P. Francisco de Santa Maria. Passou a fazer parte da Primeira Ordem como irmão leigo. Na história da Ordem Franciscana é, talvez, um dos poucos casos de uma admissão, noviciado e profissão dentro de uma prisão.
Este corajoso cristão, fiel catequista franciscano, junto com dois outros religiosos e o beato Gaspar Vaz, que os hospedava, consumou seu martírio no fogo, enquanto Maria Vaz e outros cinco terceiros franciscanos foram decapitados. A constância desses religiosos deu um testemunho de fé e deixou surpresos até mesmo os pagãos.
Na mesma ocasião foram mortos por ódio à fé algumas crianças de três e cinco anos, filhos de Gaspar e Maria Vaz. Seus nomes não aparecem no decreto de beatificação. Seu martírio ocorreu em Nagasaki na Colina Sagrada ou Monte dos Mártires, consagrado com o sangue de uma multidão de mártires. Antônio de São Francisco foi martirizado no dia 17 de agosto 1627.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.