Estando com seus discípulos em Cafarnaum,
Jesus, num dia de sábado,
entrou na sinagoga e começou a ensinar.
Todos ficavam admirados com o seu ensinamento,
pois ensinava como quem tem autoridade,
não como os mestres da Lei.
Estava então na sinagoga
um homem possuído por um espírito mau.
Ele gritou:
“Que queres de nós, Jesus Nazareno?
Vieste para nos destruir?
Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus.”
Jesus o intimou:
“Cala-te e sai dele!”
Então o espírito mau sacudiu o homem com violência,
deu um grande grito e saiu.
E todos ficaram muito espantados
e perguntavam uns aos outros:
“O que é isto?
Um ensinamento novo dado com autoridade:
Ele manda até nos espíritos maus,
e eles obedecem!”
E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte,
em toda a região da Galileia.
O Evangelho de hoje apresenta-nos Jesus que liberta uma pessoa possuída por um “espírito maligno” (cf. Mc 1, 21-28), que a atormentava e continuava a fazê-la gritar (cf. vv. 23.26). É isto que o demônio faz: quer possuir para “nos acorrentar a alma”. Acorrentar-nos a alma: é o que o demónio quer. E nós devemos estar atentos às “correntes” que sufocam a nossa liberdade. Pois o demônio tira-nos a liberdade, sempre. Procuremos, então, dar nomes a algumas dessas correntes que podem agrilhoar o nosso coração. Penso nos vícios, que nos tornam escravos, sempre insatisfeitos, e devoram energias, bens e afetos; penso nas modas dominantes, que nos empurram para um perfeccionismo impossível, no consumismo e no hedonismo, que mercantilizam as pessoas e estragam as relações. E outras correntes: há as tentações e os condicionamentos que minam a autoestima, a serenidade, a capacidade de escolher e amar a vida; outra corrente: o medo, que faz olhar para o futuro com pessimismo, e a impaciência, que atribui sempre a culpa aos outros; e há ainda a corrente muito má: a idolatria do poder, que gera conflitos e recorre a armas que matam ou faz uso da injustiça económica e da manipulação do pensamento. Quantas correntes há na nossa vida! E Jesus veio para nos libertar de todas essas correntes. (…) Perguntemo-nos então: quero realmente libertar-me dessas correntes que prendem o meu coração? E depois, será que sei dizer “não” às tentações do mal, antes que elas se insinuem na minha alma? Por fim, invoco Jesus, deixo-o agir em mim, curar-me interiormente? Que a Virgem Santíssima nos proteja do mal. (Angelus, 28 de janeiro de 2024)
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