Em Gésturi, cidadezinha Sardenha, Itália, com aproximadamente 1.500 habitantes, nasceu, no dia 4 de agosto de 1882, João Ângelo Salvador, filho de pais de posses modestas, mas religiosos.
João era o quarto dentre cinco irmãos. Perdeu o pai aos cinco anos, e quando tinha treze, faleceu a mãe. Por isso, foi aceito como empregado não assalariado por um cidadão de razoáveis posses, sogro da sua irmã Rita, permanecendo aí mesmo após a morte deste seu parente. Curando-se de grave doença reumática, em março de 1911, vai a Cágliari, ao convento Santo Antônio, para ser aceito como religioso capuchinho.
Traz a recomendação do seu pároco, Pe. Vicente Albana, em que diz ter se entristecido com a partida do jovem de sua paróquia onde sempre fora de edificação para todos, não só pela sua piedade, mas também pela sua vida ilibada e pela austeridade de seus costumes. Veste o hábito capuchinho no dia 30 de outubro de 1913 e troca seu nome de batismo pelo de religioso, Nicolau de Gésturi, nome pelo qual será definitivamente conhecido na ilha de Sardenha, iniciando assim o seu noviciado.
Depois de oito meses, foi transferido para Sanluri, onde continuou o noviciado. Emitiu sua primeira profissão no dia 1º de novembro de 1914, confirmando sua consagração total a Deus no dia 16 de fevereiro de 1919 com a profissão perpétua. O primeiro trabalho como recém-professo é na cozinha do convento de Sassari, na Sardenha.
Embora tentasse exercer com capricho seu encargo, não conseguia agradar a muitos. Foi transferido para Oristano, depois para Sanluri onde fizera o segundo momento do seu noviciado. Por fim, os superiores o enviaram para a capital da Sardenha, que será definitivamente o seu lugar, onde viverá a humildade e a obediência.
Ali ele irá esmolar, batendo às portas, para o sustento dos freis que trabalhavam na pregação, ou atendiam outras urgências apostólicas. Frei Nicolau assumiu, como referência para sua vida e serviço fraterno de esmoleiro, a Santo Inácio de Láconi que vivera justamente naquele mesmo convento uns 150 anos antes.
Ao longo de 34 anos, como testemunha silencioso, percorre as estradas a pé, sobe e desce pelas ruelas dos bairros de Castelo e Vilanuova, vai às vilas vizinhas de Campidano, para depois percorrer em todos os sentidos as ruas de Cágliari. Para de caminhar apenas quando encontra pela frente a irmã morte corporal, às 0h15m de 8 de junho de 1958. Foi beatificado por São João Paulo II aos 3 de outubro de 1999. https://franciscanos.org.br/