Bem-aventurado Angelo de Chivasso
Sacerdote da Primeira Ordem (1411-1495). Aprovou seu culto Bento XIV no dia 25 de abril de 1753.
A pequena cidade de Chivasso foi o lugar de nascimento de Ângelo Carletti, cujos pais pertenciam à nobreza piemontesa. Estudou na Universidade de Bolonha, onde recebeu os graus de doutor em direito civil e direito canônico e, depois de voltar a seu Piemonte natal, foi feito senador.
Enquanto sua mãe viveu, ele levou uma vida exemplar no mundo, empregando o tempo em seus deveres magisteriais, na oração e em visitar os doentes, mas depois que ela morreu, ele dividiu seus bens entre seu irmão mais velho e os pobres, e retirou-se para um convento de franciscanos da observância em Gênova.
Os superiores do Beato Ângelo logo perceberam que tinham nele um recruta de qualidades excepcionais e de grande zelo missionário, e ele não tardou muito em ser admitido ao sacerdócio. Imediatamente empenhou-se em vigorosa campanha de evangelização.
Cheio de eloquência e zelo, percorreu as aldeias remotas das montanhas e vales do Piemonte, sem se preocupar com as condições meteoro lógicas e as asperezas do caminho. Amava grandemente os pobres; procurava-os pessoalmente, visitava-os em sua doença, e muitas vezes esmolava em seu favor. Ajudava-os de muitas maneiras, sobretudo promovendo a introdução dos monti di pietà (monte-pios) para salvá-los das garras dos agiotas. Seus penitentes, contudo, não estavam limitados aos pobres. S. Catarina de Gênova consultava-o, e Carlos I, Duque de Savóia, escolheu-o como seu confessor.
Sua Summa Angelica, um livro de teologia moral escrito por ele, era muito usado. O Beato Ângelo ocupou uma série de cargos, e como superior foi extremamente zeloso em defender a pureza da regra. Suas eminentes qualidades fizeram com que ele fosse por três vezes reeleito vigário-geral da Ordem.
Quando, após a tomada de Otranto pela frota de Maomé IIl, o Papa Sixto IV solicitou recrutas para combater as forças ameaçadoras do Islão, os Observantes se mostraram particularmente zelosos em incitar o povo a fazer frente à crise, mas era o Beato Ângelo que escolhia os lugares de maior perigo para suas atividades. Além disso, quando em 1491, aos 80 anos de idade, ele aceitou o cargo de comissário apostólico para evangelizar os valdenses dos vales do Piemonte, deu mostras de fervor e intrepidez, que foram recompensados por uma série surpreendente de sucessos. Muitos hereges e católicos renegados voltaram à fé, de modo que o Papa Inocência VIII quis elevá-lo ao episcopado, mas não conseguiu fazê-lo aceitar.
Por fim, em 1493, o Beato Ângelo conseguiu deixar o cargo e preparar sua alma para a morte. Ele sempre fora humilde, mesmo como vigário-geral; só usava os hábitos refugados dos outros e se comprazia em realizar os trabalhos mais humildes. Agora ele pedia permissão para ir esmolar em favor dos pobres. Os seus dois últimos anos de vida passaram-se no convento de Cuneo no Piemonte onde morreu aos 84 anos de idade. Seu culto foi aprovado em 1753.
Os fatos externos da vida do Beato Ângelo se acham devidamente registrados nos Annales Ordinis Minorum, de Wadding. A melhor biografia é a de C. Pellegrino, Vita âel beato Angelo Carletti (1888).
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