Santa Ermina e Santa Adélia de Pfalzel
Muito do florescimento do cristianismo na Alemanha se deve a estas duas santas. Elas apoiaram, tanto material quanto espiritualmente, o trabalho desenvolvido nesse sentido pelos missionários Willibrordo e Bonifácio, implantadores da fé naquelas paragens em meados do século VIII.
Segundo Teofredo, abade de Echternach, que em 1104 escreve sobre as santas Ermina e Adelia, elas eram irmãs, filhas do rei da Austrásia, Dagoberto II, o Bom. Porém, toda essa descendência real nunca ficou muito clara. Mesmo nos antigos registros biográficos, a história é confusa, pois o documento base, uma carta de Dagoberto, de 646, seria falso. Existem de qualquer modo documentos autênticos dos quais se tira o perfil biográfico de Ermina.
Ermina era noiva do conde Ermano, que morreu antes das núpcias. Ermina, então, se consagrou a Deus, entrando para um mosteiro beneditino. Mais tarde ela mesma fundou em Oeren, próximo a Tréveros, um mosteiro. Conta-se que naquele período uma grave peste atingiu Tréveros e que o flagelo desapareceu apenas com a chegada de são Willibrordo à cidade. Ele encontrou a cidade na mais completa desolação. Era uma terrível peste que se espalhava velozmente, tendo atingido, também, o mosteiro da abadessa Ermina. Lá, Willibrordo se manteve em fervorosa oração e penitência, para que as religiosas e os habitantes da cidade ficassem livres do mortal contágio. As preces de Wilibrordo foram ouvidas tão depressa que Ermina ficou comovida com tanta santidade.
Agradecida e admirada, Ermina fez presente ao santo missionário da parte que lhe coube em herança da vila de Echternach, com a igreja anexa e o mosteiro. As construções já existentes serviriam de base para mais um glorioso mosteiro beneditino, que, depois, se tornou o ponto de partida das suas viagens de pregações apostólicas que levaram à conversão da Frísia.
A morte de santa Ermina ocorreu provavelmente na véspera do natal do ano 710, uns vinte anos antes da morte de santa Adélia de Pfalzel.
Consta que Adélia, depois da morte de seu marido, Alderico, influente nobre da região, decidiu recolher-se para a vida religiosa. Para isso, fundou o Mosteiro de Pfalzel, na região de Trèves, atual Alemanha, onde ingressou e foi a primeira abadessa. Escolheu as Regras dos monges beneditinos, como fizeram os mosteiros de Ohren e de Nivelles, o primeiro, fundado por Ermina.
No mosteiro, havia um hospede frequente, o neto da abadessa, um rapaz esperto e vivaz. Seu nome era Gregório. Como conhecia o latim, ficou encarregado de ler em voz alta os textos sagrados enquanto as religiosas estivessem no refeitório. Certo dia, em 722, passou pelo mosteiro um monge inglês de nome Bonifácio, que estava retornando da sua primeira missão na Frísia. Foi acolhido como hóspede, no exato momento em que todos estavam no refeitório, onde o jovem Gregório lia o evangelho em latim.
Terminada a leitura, Bonifácio se aproximou e explicou o texto latino com tanta clareza, comentou-o com tamanha profundidade e de maneira tão convincente que deixou todos os ouvintes encantados. O mais atingido de todos foi Gregório, a ponto de não mais querer mais separar-se do monge. Muitos anos depois, Gregório tornou-se o bispo de Utrecht e foi um dos melhores discípulos de Bonifácio, o “apóstolo da Germânia”.
Adélia morreu num dia incerto do mês de dezembro de 734, e foi sepultada no Mosteiro de Pfalzel. Passados mais de onze séculos, em 1868, as suas relíquias foram transferidas para a igreja da paróquia de São Martinho.
A Igreja autorizou o culto de Santa Ermina, incluiu-a no livro dos santos e determinou o dia de sua morte, 24 de dezembro, para a homenagem litúrgica em sua memória. Posteriormente, nele incluiu, também, a celebração de santa Adélia de Pfalzel.
A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Tarsila e Delfim – https://franciscanos.org.br/vidacrista/santo-do-dia